Direito de Família na Mídia
Modelo tradicional de família perde espaço
20/12/2006 Fonte: FSP com AscomO modelo "pai, mãe e filhos" perde espaço a cada ano para novas formas de acordos familiares. Em 2005, essas "novas famílias" representavam 50% do total, o que significa que esse modelo, apesar de ser o mais comum, divide o mesmo espaço dos outros tipos de família.
Nos últimos dez anos houve um aumento das famílias com um único morador (10,4% do total), dos casais sem filhos (15,2%), das mulheres solteiras com filhos (18,3% ) e de outras formas de arranjos familiares (6,3%).
Pode-se considerar que esse avanço é reflexo do aumento da expectativa de vida e da emancipação feminina.
Como os brasileiros estão vivendo mais, o número de pessoas morando sozinhas ou com companheiros sem filhos aumentou. No caso das mulheres, com a emancipação, houve um aumento na participação do mercado de trabalho, levando a uma independência financeira e também ao adiamento dos planos de ter filhos. O percentual de mulheres que são chefes de família aumentou 8,3% de 1995 a 2005. Esse aumento ocorreu mesmo em famílias com cônjuges.
Esse movimento a favor das mulheres, no entanto, não as livrou de ficarem sobrecarregadas com os afazeres domésticos. No ano passado, 92% das mulheres, além de trabalhar, realizavam afazeres domésticos. Entre os homens, o percentual era de 51,6%. Esses indicadores variam muito de acordo com os Estados.
Para o psicólogo social Bernardo Jablonski,autor do livro "Até que a Vida nos Separe - A Crise do Casamento Contemporâneo", as mulheres conquistaram o direito de trabalhar fora. A participação masculina nos afazeres domésticos, no entanto, nunca foi um pleito dos homens, o que faz com que a divisão das tarefas fique injusta.
"Na maioria das vezes, quando o homem faz alguma tarefa, ele tende a encarar isso como uma ajuda", afirma.
Para o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, a intensa urbanização brasileira das últimas décadas está por trás dessa e de outras mudanças na estrutura social do país.